Os membros do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiram na noite desta quarta-feira manter o atual ritmo de aperto monetário ao elevar novamente a taxa básica de juros em 0,50 p.p.
Com a decisão desta
quarta-feira, a taxa Selic sobe para 13,25% ao ano, atingindo o maior patamar
desde dezembro de 2008. O novo patamar da taxa básica de juros não surpreendeu
o mercado, guiado corretamente pelo conteúdo apresentado na última ata de
reunião do Copom, Relatório Trimestral de Inflação e declarações recentes dos
diretores do Comitê.
O comunicado exibido após a
reunião do Copom é idêntico ao que foi apresentado nas reuniões de janeiro e
março: “Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o
Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 p.p.”
A manutenção do comunicado é
um importante indicativo de que o ciclo de aperto monetário não chegou ao fim. A
divulgação da ata do Copom na próxima semana poderá reforçar essa perspectiva,
já que o cenário permanece delicado. O primeiro passo para sair de um quadro
estagflacionário é justamente o combate firme à inflação.
Nos Estados Unidos, o Comitê
de Política Monetária do FED (Federal Reserve – Banco Central norte-americano)
também se reuniu nesta última terça e quarta-feira. Não houve novidades na
orientação de política monetária. Os membros do FED decidiram manter o
comunicado das últimas reuniões: “O comitê
prevê que será apropriado elevar a faixa da meta para a taxa de juros quando
tiver visto melhora no mercado de trabalho e estiver razoavelmente confiante de
que a inflação irá voltar para sua meta de 2% no médio prazo”
Os indicadores econômicos
norte-americanos (especialmente PIB e inflação mais fracos) seguem justificando
a manutenção da postura cautelosa do FED nos próximos meses, considerando,
ainda, o fato de o timming do aperto monetário ter se tornado desprezível,
conforme sinalização emitida ao mercado na importante reunião de Comitê
realizada no mês de março.
Na manhã desta quarta-feira, o
Departamento de Comércio informou que a economia norte-americana cresceu a uma
taxa anual de 0,2% no primeiro trimestre deste ano, bem abaixo das expectativas
de 1% dos economistas/analistas. O desempenho da economia foi novamente
impactado pelo inverno rigoroso, reposicionamento de empresas do setor
energético (agora defensivas) e moeda local mais forte.
Wall Street reagiu ao número
decepcionante do PIB norte-americano. O índice Dow Jones fechou o pregão desta
quarta-feira em baixa de 0,41%, congestionado no curto prazo, sem apresentar novidades.
O dólar contra cesta de principais
moedas globais segue em correção de curto prazo, sem sinalização de interrupção.
Movimento iniciado em meados do mês de março, reagindo às novidades importantes
apresentadas pelo FED na época.
O fortalecimento do dólar frente ao real
nos últimos dois dias está descolado do movimento frente às demais moedas, o
que pode ser um indicativo de que a correção de curto prazo do dólar iniciada em R$ 3,31 ainda
não chegou ao fim.
Já o índice Bovespa trabalha movimento corretivo de curtíssimo prazo.
Reação natural do mercado frente à aproximação da zona de resistência
localizada na região dos 57.5k. Tendência de alta de curto e médio prazo
iniciada na região dos 45.9k segue inalterada.