Criticado por chineses e
alemães, distanciado dos russos e ameaçado pelos norte-coreanos, o presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, chegará ao importante encontro de cúpula do
G20, a ser realizado nos dias 7 e 8 de julho na cidade de Hamburgo, na Alemanha,
com uma missão quase impossível: virar o jogo no quadro geopolítico.
O presidente dos Estados
Unidos tem irritado sistematicamente aliados de longas décadas com suas
decisões unilaterais sobre o clima, migração e comércio exterior. Como se não
bastasse, Trump abaixou o nível de seu relacionamento com a imprensa
norte-americana e vai ter de carregar nos ombros críticas cada vez mais
pesadas. Esse tipo de atitude contribui para aumentar o descrédito de seu
governo, dificultando o relacionamento com as demais potências globais.
O seu encontro com o
presidente russo, Vladimir Putin, é o acontecimento mais importante da cúpula
de dois dias em Hamburgo. Trump quer uma colaboração maior da Rússia no
imbróglio da Síria para, assim, dar uma resposta aos seus eleitores de que está
conseguindo acabar com o terrorismo (uma de suas promessas de
campanha). Trump também vai questionar Putin sobre o conflito na Ucrânia,
provavelmente sem sucesso.
O próprio Kremlin afirmou
que espera estabelecer um diálogo de trabalho com Washington, mas que o formato
do encontro pode significar que o líder russo não terá tempo suficiente para
fornecer uma análise completa sobre os posicionamentos da Rússia nos conflitos
da Síria e Ucrânia.
Definitivamente não é uma
manifestação de alta receptividade por parte dos russos neste primeiro encontro
e muito menos de cooperação com os planos norte-americanos na região. A Rússia
está mais provocadora com os Estados Unidos e cada vez mais alinhada com a Ásia.
A China, por sua vez, está empurrando a Ásia aumentar laços com toda a Europa, e conta com
o importante aval dos alemães.
Rússia e China também estão
contendo os ânimos exaltados de Donald Trump contra o líder da Coreia do Norte,
Kim Jong-um, enquanto aliados históricos dos Estados Unidos ficam calados. As
ameaças de Trump contra Kim não estão funcionando. Não há menor condição (financeira,
principalmente) de os Estados Unidos ingressarem numa incursão militar contra a
Coreia do Norte e uma sanção econômica, sem o apoio da China, não causará
impacto à economia norte-coreana.
Mas Donald Trump continua lançando seus tweets envenenados na rede. Enquanto
isso, Kim lança mísseis cada vez mais modernos, mostrando agora capacidade de
atingir o Alasca. Em pleno 4 de julho. Kim não se intimidou com as ameaças
presentes nos tweets de Trump e, até o momento, está vencendo o jogo de poker
contra o presidente norte-americano.
O líder da Coreia do Norte
também mostrou ao mundo que é possível desafiar Donald Trump. A chancelar da
Alemanha, Angela Merkel, enxergou esta fragilidade ao criticar duramente a
política do presidente dos Estados Unidos, apenas dois dias antes de sediar a
cúpula do G20.
A retirada americana do acordo
do clima de Paris também irritou lideres políticos comprometidos com o programa
no mundo inteiro. É mais um front aberto de pressão contra Donald Trump. Se o
presidente dos Estados Unidos não retroceder em alguns pontos durante a janela
de oportunidade proporcionada pela cúpula do G20, começará perder (se já não
está perdendo) seu poder de influência e a China aproveitará o vácuo para se
firmar como “o player do bem” e líder de um poderoso bloco em formação.
No mercado de capitais, a
quarta-feira foi marcada por uma atípica tranquilidade em dia de divulgação da
ata de reunião do Comitê de Política Monetária do FED (Federal Reserve – Banco Central
dos Estados Unidos). O documento ratificou a expectativa de início da primeira
etapa da estratégia de desalavancagem do sistema, com perspectiva de
implantação antes do fim deste ano.
O índice S&P500 fechou o
pregão perto da estabilidade, dentro de um zona de congestão de curto prazo,
próximo da máxima histórica.
O yield da Treasury de 10
anos (título do tesouro norte-americano, referência global) segue cortado para venda. O pequeno
recuo no pregão de hoje, para 2,33% ao ano, ainda é considerado apenas um
pequeno alívio após o choque dos últimos dias.
O dólar contra cesta de principais
moedas globais permanece em sell-off, o que contribui, por tabela, para segurar
o movimento de desvalorização do real. Bem abaixo da média móvel simples de 200
períodos diária, com mais um pivot de baixa acionado no mês passado e dentro de
um forte canal de baixa, o dólar segue como saco de pancadas no mercado de
moedas.
No curtíssimo prazo, entretanto, o dólar alivia as vendas após testar e
respeitar a linha de retorno do canal de baixa. O respiro com a entrada da
força compradora ainda é considerado temporário e possível formador de nova
janela de oportunidade para abertura de posições vendidas.
Amanhã (07/07) cairá R$80 de doação na sua conta do Bradesco. Obrigado pelo conteúdo.
ResponderExcluirAnônimo, obrigado eu!
ExcluirAbs,
Doei cenzão. Obr!!
ResponderExcluirMuito obrigado!
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