Em mais um sinal de
credibilidade da equipe econômica no mercado financeiro nacional, a pesquisa
Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira, revelou redução da
expectativa para a taxa básica de juros em 2018 de 8,50% para 8,25%. Para o fim
de 2017, permanece a estimativa de 8,5%.
Já o top five (grupo de
cinco economistas que mais acertam previsões no Focus), reduziu a expectativa
para a taxa Selic em 2018 de 8,25% para apenas 8%. Para o fim de 2017, o top
five também reduziu a estimativa da taxa Selic de 8,38% para 8,13%.
O banco Itaú, onde Ilan
Goldfajn atuou como economista-chefe antes de assumir a presidência da
autoridade monetária, foi ainda mais longe e espera que a taxa básica de juros
vá encerrar 2018 em 7,5%. Para o fim de 2017, a instituição projeta a taxa
básica de juros em 8%.
Os economistas estão
alegando que a redução da meta de inflação para 2019 (4,25%) e 2020 (4%) ajudará
ancorar as expectativas de longo prazo para a inflação, facilitando o trabalho
da política monetária.
O constante recuo das
estimativas para a inflação também segue retroalimentando o clima de otimismo
entre economistas e analistas. A projeção para o IPCA de 2017 caiu de 3,48%
para 3,46%, não só se distanciando do centro da meta (4,5%), mas já se
aproximando do limite inferior da margem de tolerância (3%), algo inédito nos
últimos 10 anos. Para 2018, o boletim Focus aponta IPCA em 4,25%, contra 4,30%
no levantamento anterior.
Inflação e juros menores
roubam atenção do mercado, delimitando certo nível de preço para câmbio, juros
e bolsa. O Ibovespa bateu na principal região de suporte localizada na faixa
dos 60k e voltou a subir, recuperando nesta segunda-feira a média móvel simples
de 200 períodos diária, já se aproximando da importante resistência dos 64,2k.
Caso a referida linha de
resistência seja superada nos próximos pregões, as vendas abertas tendem a ser
desarmadas, abrindo espaço para uma nova perna de alta. Por outro lado, a
manutenção de preços abaixo da resistência dos 64,2k mantém o mercado travado
numa congestão de curto prazo, porém com peso maior na venda.
O contrato de juros futuros
com vencimento em 2020 renovou a mínima do mês passando, perdendo o patamar de
9,50%. O rompimento da mínima aciona pivot de baixa de curto prazo, abrindo
espaço para novos recuos da taxa, que agora conta apenas com o suporte
localizado em 9,12%.
Enquanto o mercado segue
encantado com a queda da inflação e taxa de juros, os dados fiscais continuam
desenhando um cenário de insustentabilidade no futuro próximo, juntamente com
um PIB estranhamente fraco.
O Instituto Markit revelou
nesta segunda-feira que o Índice Gerente de Compras do Brasil reduziu o ritmo
de expansão de 52 pontos registrados em maio deste ano para 50,5 pontos em
junho. O recuo na pontuação sinaliza que o processo de retomada da atividade
industrial, ainda em fase inicial, já pisou no freio.
Movimento semelhante também
ocorreu na Rússia, onde o Índice Gerente de Compras recuou de 52,4 pontos em
maio para 50,3 pontos em junho. Já no México, o Índice Gerente de Compras subiu
de 51,2 pontos em maio para 52,3 pontos em junho. Na Turquia, o Índice Gerente
de Compras também subiu de 53,5 pontos em maio para 54,7 pontos em junho.
Europa
O presidente francês, Emmanuel
Macron, disse hoje em sessão extraordinária no Parlamento que pretende reduzir
em um terço o número de deputados e senadores. Atualmente, há 577 deputados e
348 senadores na França. Macron também quer extinguir o Tribunal de Justiça da
República, responsável por julgar membros do governo no exercício de suas
funções.
O presidente da França mandou
recado para o Parlamento, ameaçando convocar um referendo caso suas propostas
não sejam aprovadas pelo Legislativo dentro de um ano. Seu discurso deu ânimo
ao mercado vendido na Europa das últimas semanas, incentivando o ressurgimento da
força compradora nesta segunda-feira. A bolsa de Paris fechou o pregão em forte
alta, trabalhando formação de fundo aos 5.117 pontos.
O blog precisa de sua contribuição para que textos como esse continuem
sendo publicados. Saiba como ajudar clicando aqui.
Com essa inflação atual, até a poupança tá dando um rendimento real legal haha. Incrível, essa inflação faz quase me sentir no primeiro mundo. Quase, se não fosse pela crise haha
ResponderExcluirDiminuir a meta é sempre legal, se vão conseguir cumprir, outro papo, sem as reformas impossível.
Temos de aproveitar ao máximo esse momento rsrs... Vai saber o que ocorrerá no final desta década.
ExcluirAbs,
Só para você controlar, fiz uma doação ao blog na conta do BB (Tainara).
ResponderExcluirAproveito para lhe informar que o número da agência do BB que aparece ao se clicar acima está errado, pois falta um dígito. Mas na página do post "Reconsideração está certo".
Marco.
Eita. Muito obrigado pelo aviso e pela contribuição!
ExcluirAbs,
Opa. Esqueci de lhe perguntar: por que, com a desalavancagem do FED, as Treasuries obrgatoriamente vão sofrer, caindo de preço/elevando os juros?
ResponderExcluirO que seria menos pior em um processo de desinflação geral de preços? Haveria um porto seguro? Pois não vejo nem mesmo as criptomoedas ou o ouro como esse porto...
Abraços,
Marco.
O FED se entupia de Treasuries (forçando valorização dos títulos e, consequentemente, jogando as taxas para baixo) e agora está com um balanço de 4,5 trilhões para desovar no mercado. Vai fazer o movimento inverso. Grande parte deste balanço é composto por Treasuries que deixarão de ser roladas (ou seja, o título vencerá e o FED não realizará nova compra, o mesmo raciocínio vale para os pagamentos de juros). Já a outra parte do balanço é composta por títulos hipotecários que também irão retornar ao mercado.
ExcluirO porto seguro é um problema no momento, pois os ativos que compõe a cesta de segurança estão vendidos e/ou fracos demais. Mas no momento do desespero, os players costumam buscar moedas fortes e metais (ouro e prata).
Abs,